Criado por Bárbara Torisu em qua, 26/04/2017 - 10:00 | Editado por Patrícia Pereira há 7 anos.
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O filme é fruto do trabalho de conclusão de curso do aluno de Jornalismo, Aleone Higidio. A exibição é no próximo domingo (30), às 18h, no salão de eventos da Escola Municipal Wilson Pimenta Ferreira, no bairro Santo Antônio, em Mariana.
Engajado na militância LGBT desde o início do curso, Aleone afirma que, ao pesquisar sobre o assunto, percebeu o alto índice de violência contra esse grupo social. "Na prática jornalística, como posso colaborar para que essa violência não permaneça naturalizada em minha cidade, meu estado, meu país?", questiona, completando que, a partir disso, inseriu essas questões em quase todas as disciplinas práticas, finalizando com o TCC. A expectativa com relação à estreia e à receptividade no bairro, onde foi gravado o vídeo, é grande.
A narrativa do filme é construída com base na história de quatro personagens que residem no bairro marianense Santo Antônio, mais conhecido como "Prainha". O documentário tem como objetivo mostrar como as gêmeas Rayene e Rayele e os amigos Rafael e Vanderson passam pelo processo de construção das suas identidades, sejam elas sexuais, sejam de gênero, e como eles e elas lidam cotidianamente com as situações adversas de uma periferia em uma cidade histórica mineira. O jornalista conta que conheceu alguns moradores do bairro "Prainha" em uma palestra sobre feminismo negro, realizada no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), em Mariana, fez contatos com todo o grupo, explicou a proposta e marcou um encontro com eles.
Aleone conta que preferiu deixar a câmera desligada nos primeiros contatos. "Mergulhei nas histórias desses jovens que se empoderam todos dias e lutam contra uma série de violências cotidianas. Meu desejo é o de revelar, através do audiovisual, o potencial do jovem LGBT periférico, em sua maioria negro. Os quatro me ensinaram muito ao longo do tempo em que os acompanhei. Espero que eles passem para o público que o LGBT não deve abaixar a cabeça para as violências. É preciso encará-las e lutar para que o Brasil não continue liderando o ranking de países LGBTfóbicos", defende Aleone.
Ao final, os jovens tornaram-se tema do documentário. Mesmo com a adversidade no relacionamento familiar, na escola e no bairro, os entrevistados mostram também que eles se divertem, dançam e buscam se empoderar todos os dias, o que foi o diferencial mostrado no documentário.
"Espero que quem for assistir se sinta tocado pelos afetos revelados, pelas lutas encaradas e, principalmente, que saia da sessão como um aliado dessa batalha constante contra a LGBTfobia, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero da pessoa", acredita Aleone.
Além da estreia, uma sessão comentada acontecerá no dia 5 de maio, às 9h, na Sala G-20, do Instituto de Ciências Humandas e Sociais (ICHS), em Mariana. Essa exibição faz parte da Semana de Integração 2017/1, promovida pelo Centro de Extensão de Mariana.
No sábado (6), às 18h, o documentário será exibido e comentado como parte da Mostra de Visibilidade Trans, promovida pelo Cine Vila Rica, em Ouro Preto.
Confira o teaser do documentário.