Criado por Lígia Souza em sex, 21/12/2018 - 15:26
Em meados deste ano de 2018, um grupo de servidores técnico-administrativos e professores, sensíveis à situação da saúde mental no ambiente universitário e na comunidade, se uniu para debater o assunto e propor ações de saúde mental e de acolhimento. Outros atores sociais das cidades onde a UFOP possui campus também aderiram ao movimento, como o Núcleo de Apoio à Vida de Ouro Preto (NAVIOP) e representantes de empresas que atuam na região. Assim, foi criado o Coletivo de Saúde Mental e de Acolhimento.
Uma das primeiras atividades do coletivo surgiu em setembro, como parte da campanha do Setembro Amarelo. Iniciada no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) em 2015, a campanha une pessoas e instituições do mundo todo, anualmente, para a divulgação de informações e promoção de ações sociais sobre o suicídio. Em Ouro Preto, o Coletivo realizou o Dia de Prevenção ao Suicídio e de Acolhimento, com exibição de vídeos, filmes e uma roda de conversa sobre o conteúdo exibido.
Outra ação de destaque foi o levantamentos das atividades institucionais relacionadas ao bem-estar e às emoções humanas, que resultou em uma Agenda de Promoção à Saúde Mental e Emocional que foi desenvolvida ao longo do ano.
Agora, o grupo compartilha uma mensagem sobre a angústia que vem com as finalizações, inclusive a de 2018. Confira o texto completo:
Angústia pelo fim e o fim da ansiedade
O fim do dia, o fim de semana, o fim do ano, a aposentadoria. A conclusão de momentos, projetos e até mesmo o fim da vida são referências para nossa conduta e podem nos causar sensações variadas. Alívio, angústia, orgulho e frustração podem compor o turbilhão de sentimentos antecipados ou posteriores a cada etapa, dadas a pressão do cotidiano e as metas que traçamos. Atender às nossas expectativas e às dos outros pode ser um bom motivador, mas, se isso não for trabalhado de forma adequada, pode ocasionar prejuízos e nos levar à dificuldade de cumprimento das metas.
Finalize, sempre que possível, suas demandas diárias. Mesmo que não consiga evitar levar trabalho para casa, faça o possível para abrir novos diálogos com a família. Úteis ou sem nenhuma utilidade aparente, as conversas do fim do dia nos acalmam e nos preparam para o descanso necessário para enfrentar os desafios da etapa seguinte.
Conclua sua semana com o balanço das conquistas e abrindo a possibilidade de vivenciar outra rotina. Vivências artísticas, passeios e a entrega ao pleno ócio são necessários para abastecer o repertório de possibilidades de soluções e busca de novos caminhos. Sensações adversas podem ser inspiradoras, além de relaxantes. Assistir filmes, tirar fotografias, apreciar obras de arte, cozinhar em família, observar a natureza, sorrir sem controle são compensações às atribulações do dia a dia.
Para muitos, o final do mês é o momento esperado para a compensação financeira do trabalho; mas também é o momento de honrar compromissos e de no sentirmos em dia com nossas demandas. Com planejamento, essa é uma etapa que pode ser encarada como regular e pode abrir a possibilidade de organização de momentos futuros. A necessidade de recursos financeiros não pode condicionar toda a nossa vida. O término desses recursos não deve eliminar as possibilidades.
Por tudo isso e muito mais, o fim do ano é um momento de renovação que deve ser vivenciado com toda a intensidade. Celebre com os colegas de trabalho e fortaleça as conexões produtivas e criativas. Festeje com os amigos e reconheça as parcerias, as sintonias, as divergências que nos fazem nos mover. Comemore com familiares e receba em seu interior o melhor que o afeto pode produzir em cada um de nós. Permita-se chegar ao fim. Só assim será possível abrir o caminho para novos passos.
Coletivo de Saúde Mental e Acolhimento