Esse foi o décimo primeiro encontro do programa Sala Aberta, que tem como objetivo criar e ampliar o diálogo e a reflexão sobre os desafios da docência universitária. O evento foi ministrado pelo professor e psicólogo Eduardo Simonini, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Trata-se de uma ação do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em parceria com o grupo Diálogos: Desenvolvimento Profissional Docente, do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).
O palestrante é graduado em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFV. Atua nas áreas de Psicologia e Educação, com ênfase no estudo da produção de subjetividade, do cotidiano e das micropolíticas.
A palestra abordou temas como a falta de espaços de acolhimento, a cobrança por alto rendimento e a importância da abordagem de assuntos sobre saúde mental, além da necessidade de se respeitar e compreender a singularidade de cada aluno. "A vida do estudante não se dá exclusivamente dentro de sala de aula", declarou o professor, que também pontuou que saúde mental não é responsabilidade única da equipe de psicologia e de serviço social, pois é uma experiência múltipla e relacional. Dessa forma, toda a comunidade acadêmica deve dar atenção a essas questões.
Simonini afirmou que é preciso que os professores se atentem para a individualidade de cada estudante, que entendam que há unicidade e pluralidade em cada um e que os alunos possuem diferentes sentidos de universo. Também defendeu a importância dos grupos estudantis existentes na universidade, como os de diversidade sexual, de estudos e os movimentos negro e feminista, pois funcionam como redes de acolhimento e se tornam núcleos de apoio para os estudantes. De acordo com ele, a Universidade deve se aproximar desses grupos para traçar estratégias para a promoção da saúde mental dos alunos.
Mônica Versiani, do NAP, avalia que "o professor Eduardo Simonini foi muito feliz em sua abordagem ao se colocar como ator no processo de adoecimento mental, narrando episódios de seu cotidiano universitário, enquanto estudante e enquanto professor, o que lhe confere a autoridade para ministrar a palestra. Ele aliou a prática e as referências acadêmicas com maestria."
Atuante como parceira da UFOP no programa Diálogos, Geralda de Carvalho, ressaltou a importância desse tipo de evento e destacou a necessidade da reflexão coletiva para a busca de estratégias para trabalhar melhor essas questões. "Esse é um tema de grande relevância em instituições como o IFMG e a UFOP, pelo trabalho pedagógico com alunos dos cursos técnicos e de graduação e pela vivência, em nosso cotidiano, de diversas situações de alunos que têm seu desempenho escolar afetado por estas questões", analisou.