Desde 2016, o Grupo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (Gepsa) da Universidade Federal de Ouro Preto desenvolve ações no âmbito da pesquisa e da extensão voltadas às vítimas do rompimento da barragem de Fundão que, em 2015, atingiu centenas de famílias e contaminou toda a Bacia do Rio Doce.
O trabalho do grupo visa garantir o acesso aos direitos de reparação integral dos danos sofridos por pessoas atingidas pela mineração, oferecendo assessoria técnica e possibilitando maior equilíbrio nas negociações entre as pessoas atingidas e as empresas, além do direito ao reassentamento coletivo.
"Para realizar o nosso trabalho, contamos com parcerias importantes de outros grupos de pesquisa, entidades de defesa de direitos humanos e movimentos sociais. Essa atuação conjunta acabou resultando na formação da Rede de Pesquisa Rio Doce, que realiza ações tanto no território atingido quanto perante a justiça e órgãos internacionais", conta a coordenadora do Gepsa e professora do Departamento de Direito da UFOP, Tatiana Ribeiro.
A Rede de Pesquisa Rio Doce, formada por mais quatro grupos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), além do Gepsa, desenvolve principalmente ações com atingidos do distrito de Gesteira Velha, no município mineiro de Barra Longa. "As ações envolvem o reassentamento coletivo de Gesteira, a recuperação dos danos causados à infraestrutura urbana e os riscos de danos à saúde humana causados pela presença de elementos potencialmente tóxicos nos rejeitos que permanecem no município", explica Tatiana.
Anualmente, a Rede realiza um seminário de balanço do rompimento da barragem de Fundão, buscando manter a sociedade informada sobre o processo de reparação de danos no caso Rio Doce e sobre as injustiças sofridas pelas pessoas atingidas.