De acordo com a professora Karine, ficou estabelecido que o plano a ser implementado pela comunidade vai ser o Plano Popular do Reassentamento Coletivo de Gesteira (PPRCG), sem a participação da Fundação Renova.
As mineradoras envolvidas — Samarco, Vale e BHP Billiton — apresentaram judicialmente uma proposta de valor para que o município de Barra Longa conseguisse restaurar a urbanização no terreno do reassentamento. Contudo, o valor foi considerado insuficiente e não compatível com a demanda do projeto. Assim, por intermédio do Ministério Público Estadual, no âmbito da Cimos, a comunidade de Gesteira, o Gepsa e o Movimento dos Atingidos por Barragens (Mab) elaboraram uma contraproposta, que foi acatada pelas empresas no acordo.
Para Karine, a aprovação do projeto é uma vitória para as pessoas atingidas de Gesteira. "É um resultado muito importante, mesmo que tardio — após quase oito anos de luta pelos direitos do povo atingido —, e traz à tona a realidade e efetividade da reparação para a comunidade, que foi forçadamente expulsa de seu território, tanto pelo desastre socioambiental quanto pela atuação da Renova que não garantiu e ainda dificultou A efetivação de programas para a reparação da comunidade".
GEPSA: O grupo de pesquisa Gepsa realiza desde 2016 atividades e ações no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão. A partir das linhas de pesquisa "Impactos da Mineração na Produção do Espaço" e "Repercussões sociais, econômicas, jurídicas e ambientais do rompimento da barragem de Fundão", o grupo atua no desenvolvimento de relatórios, projetos, tecnologias sociais, materiais gráficos, entre outros. Além disso, o coletivo vem participando de assembleias, audiências e reuniões para garantir a participação popular e a reparação para as pessoas atingidas.