Bananas, alfaces e cenouras coloriram a saída do Restaurante Universitário (R.U.) nesta manhã de sexta (19). Fornecendo uma diversidade alimentar e incentivando o consumo consciente, essa feira fez parte como uma atividade do I Encontro de Agricultura Familiar da UFOP, que ocorreu hoje no auditório do Departamento de Geologia (Degeo).
Uma iniciativa de parceria entre a Pró-reitoria de Extensão (Proex), Secretaria de Desenvolvimento Agrícola (SEDA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER), Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar (CECANE), DEARQ, DEPRO e DECSO, esse primeiro encontro teve como objetivo principal debater a importância da agricultura familiar e criar planos e parcerias para a compra institucional que a Universidade vai fazer com os agricultores da região, considerando que agora 30% do alimento consumido pelas instituições federais devem ser adquiridos do pequeno agricultor.
DEBATES - A manhã foi de abertura e apresentação dos colaboradores. Na parte da tarde foi a hora das palestras e mesas de debates.
A mesa “Agricultura Familiar, contexto e produção nos municípios de Ouro Preto e Mariana”, mediada pela professora do Departamento de Engenharia de Produção, Administração e Economia (DEPRO), Francisca Viana, contou com a presença da professora do Departamento de Ciências Sociais, Jornalismo e Serviço Social, Marisa Singulano, e do agrônomo Daniel Mulalli, membro da Rede Agroecológica Raízes da Mata, coordenador do Ecocentro de Permacultura - Viçosa/MG (EKOPEV) e cooperado na Organização Cooperativa Agroecológica (OCA).
Singulano, que coordenou a primeira feira de agricultura familiar no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), no último dia 30 de janeiro, em Mariana, falou sobre a importância de se criar espaços para discussões desta natureza. Segundo ela, a ideia é realizar mais feiras na Universidade, lembrando, ainda, que o objetivo de tais eventos é, por meio desenvolvimento local, gerar renda para o agricultor. Disse também que tais iniciativas se apresentam como meios de aproximar a universidade da sociedade.
BIODIVERSIDADE - Para Murelli, representante do EKOPEV, que relatou aos presentes suas experiências em busca de uma agricultura não convencional, a agroecologia é um tipo de agronomia baseada na biodiversidade que busca dar mais qualidade ao alimento, "sem venenos, sem agrotóxicos". Além dessas explanações, ele alertou ainda para a importância de se guardar sementes como meio de propagar e não se perder a ancestralidade dos produtos.
PORTA QUE SE ABRE - O professor do Departamento de Arquitetura e um dos organizadores do evento, Mauricio Leonard, contou que esse encontro abre uma porta muito grande para o estabelecimento de um mercado de consumo da agricultura local, trazendo, assim, o desenvolvimento social e econômico para essa região. Ele disse, ainda, que em eventos dessa natureza parceiros se encontram com os agricultores, estabelencendo diretrizes e planos para compras institucionais.
Outro aspectos destacado por Leonard foi o fato de que a agricultura familiar transcende o aspecto da comercialização dos alimentos, uma vez que "envolve toda uma relação com o território nos campos do trabalho e de acesso à cultura".
E ai, você sabe de onde vem o alimento que você consome?