Criado por Lillian Indrusiak em seg, 07/11/2016 - 11:43 | Editado por Lígia Souza há 8 anos.
O evento foi realizado nos dias 4 e 5, no Centro de Convenções da UFOP,e teve como objetivo discutir e analisar as questões relacionadas com o que aconteceu no decorrer do primeiro ano pós-rompimento.
O seminário, organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (Gepsa), contou com mesas-redondas, debates e apresentações de documentários. A primeira mesa falou sobre Mariana e Barra Longa: 1 ano de rompimento da barragem. Participaram o promotor da Comarca de Mariana, Guilherme Meneghin, as atingidas de Mariana e Barra Longa, Lucimar Muniz e Simone Silva, além da professora e integrante do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Andréa Zhouri. Cada integrante manifestou seu parecer sobre o decorrer dos acontecimentos ao longo do ano.
O promotor falou sobre as perdas e os direitos dos atingidos, informando sobre valores de indenizações, a partir da dimensão da tragédia de cada um. As atingidas Lucimar e Simone questionaram sobre os problemas ocorridos pós rompimento, a exemplo do surgimento de doenças nos familiares, como pneumonia e depressão, "o descaso da empresa", pela falta de diálogo com as comunidades, ou até mesmo o não pagamento de aluguéis. "Estamos vivendo num campo de guerra", diz Simone sobre sua situação em relação à moradia.
DISCRIMINAÇÃO - A professora Andréa apresentou o trabalho desenvolvido junto ao grupo Gesta, com indicativos de que os moradores de Bento Rodrigues já tinham receio de um possível rompimento da barragem da Samarco. Abordou também temas relativos ao conflitos entre antigos moradores de Bento Rodrigues com a população de Mariana, criticando, ainda, a expressão "desastre tecnológico", comumente utilizado na literatura minerária. Segundo ela, tal desastre é resultado de falhas humanas, sobretudo no âmbito da fiscalização.
O evento foi encerrado na sábado, com diversas atividades, entre elas o lançamento do documentário Reformatório Krenak, a apresentação do Relatório de Insustentabilidade, pelo Gepsa, e a realização de mais três mesas-redondas, tratando dos seguintes temas: "Impactos no trabalho e na saúde", "diálogos internacionais: os ciclos da mineração, seus impactos e as lutas de resistência" e "A perspectiva após 1 ano do rompimento da barragem".