Com a participação de Beatriz Schettini, do Departamento de Direito da UFOP, e Nathália Reis, da Coordenadoria de Transferência de Inovação e Tecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a palestra estabeleceu um debate sobre conflitos de interesse, inovação e empreendedorismo.
Beatriz abordou os direitos e deveres dos servidores públicos, principalmente quanto à atuação visando o bem comum e o interesse coletivo. Segundo a professora, o conflito de interesses ocorre em situações nas quais existe um confronto entre o interesse público e o particular, que pode prejudicar o desempenho do serviço público.
Beatriz ressaltou que, embora pareçam áreas antagônicas, os temas devem ser debatidos justamente para desmistificar a ideia de que qualquer atividade privada pode gerar um conflito com a pública. Em muitos casos, os dois setores podem trabalhar em conjunto e de maneira adequada, trazendo benefícios para ambos, como ocorre nas parcerias entre as universidades públicas e a indústria. "É uma forma de trazer financiamentos para a universidade e exercer a atividade pública de forma a não romper os parâmetros éticos de probidade, lealdade e honestidade, intrínsecos ao exercício da profissão", comenta.
Nathália destacou o empreendedorismo universitário, citando exemplos de sucesso na UFMG. "Esse empreendedorismo é uma união, é o que vai fazer a ponte, para que essas tecnologias saiam da prateleira e cheguem ao mercado e à sociedade", ressalta, explicando que o processo é agilizado, por exemplo, por startups e pequenas empresas, que mostram muito interesse no trabalho inicial com as novas tecnologias desenvolvidas.
Na parte da tarde, ocorreu a Mostra da Pós-Graduação, com apresentação das pesquisas dos discentes. Clara Lua Oliveira, estudante do Programa de Pós-Graduação em Letras, participa pela terceira vez do Encontro de Saberes — a primeira de forma presencial. Ela destaca o fato de poder conversar com as pessoas sobre seu trabalho: "Acho que pesquisar é uma coisa muito solitária, muito 'você com você mesma', quebrando a cabeça. Quando você tem a oportunidade de falar com outras pessoas, essas pessoas trazem provocações, trazem dúvidas que às vezes nem você tinha pensado, mas que vão de alguma forma te ajudar a repensar o seu texto".
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História, Thiago Lima também enalteceu a presença do público nesta edição. Para o estudante, é muito satisfatório poder estar presente fisicamente, debatendo sua pesquisa com "pessoas que se dispõem a entendê-la". Na impossibilidade da realização do evento presencial nas últimas edições, os participantes gravaram vídeos sobre seus trabalhos e a interação com o público se deu por perguntas enviadas através da internet.