Criado por Bárbara Torisu em qui, 14/07/2016 - 14:55 | Editado por Chico Daher há 8 anos.
O Teatro da Crueldade e o devir-animal trabalhados para a construção de um corpo desembestado. Esta é a proposta da oficina "O devir-animal e o Teatro da Crueldade: como produzir para si um corpo desembestado?", que foi realizada hoje (14) e tem mais uma edição na sexta-feira, 15, às 9h, na Escola de Minas da Praça Tiradentes. Trata-se de um contexto no qual o ator abdica da racionalidade, de suas sensações e dos conhecimentos do mundo, e passa a explorar as forças da relação entre o homem e o animal. "Não estou falando em se tornar propriamente um bicho, porque isso seria impossível, mas sim explorar as forças e criar uma nova percepção de realidade", afirma o oficineiro Matheus Silva.
Criticando a racionalidade do mundo ocidental e se opondo ao teatro tradicional, o Teatro da Crueldade foi criado pelo dramaturgo francês Antonin Artaud na década de 1920. Para o francês, o teatro deveria surpreender e abalar as certezas que a sociedade adotava. O devir-animal é um conceito criado pelos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, que leva as pessoas se transformar e ao mesmo tempo explorar esses sentidos.
A construção do corpo desembestado, que faz parte da pesquisa de Mestrado em artes cênicas de Matheus Silva, é explorar as sensações do próprio corpo quando ele não está dominado pelas sensações que já são comuns para as pessoas.
"Eu gosto de pensar que a oficina não é apenas exercícios de preparação, mas a própria prática, pois estamos o tempo todo lidando com o acaso, o risco, com o fracasso, com o vazio e com o não preencher de sentido", fala de Matheus sobre a oficina.
PARA HOJE - E hoje (14), às 20h, o Matheus apresenta o espetáculo "O Corpo Desembestado de Adivinhaadiva", às 20h, também na Sala 35 na Escola de Minas, Praça Tiradentes.
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