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Comissão avalia crescimento da Covid-19 e aumento da mobilização nas universidades

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A mobilização das universidades federais em torno da crise gerada pelo novo coronavírus foi um dos pontos de pauta da reunião da Comissão de Monitoramento Administrativo e Acadêmico que aconteceu remotamente ontem (09/06), com representantes da Administração Central, do Diretório Central dos Estudantes (DCE), do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP (Assufop) e do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. O tema ocupou boa parte dos debates devido ao crescimento da Covid-19 no país e à baixa mobilização da sociedade em torno do isolamento social, situações que acabam impactando diretamente na vida das universidades brasileiras.

Nessa direção, a reitora Cláudia Marliére mostrou como está sendo a mobilização nacional para conhecer os cenários possíveis que se desdobrarão diante deste novo momento, informando que a Associação dos Reitores (Andifes) designou a sua Comissão de Desenvolvimento Acadêmico, Educação a Distância e Avaliação para "propor diretrizes, ações e medidas operacionais para subsidiar diversos planos de ação". Os resultados desses trabalhos serão apresentados dia 17 próximo, no Primeiro Congresso Virtual da entidade.

De acordo com Marliére, estão sendo delineados planos de biossegurança; contingência e protocolos para identificar e viabilizar possíveis atividades de ensino, pesquisa e extensão durante a pandemia; estudos epidemiológicos, de infraestruturas e de cenários e meios midiáticos e pedagógicos para as atividades de ensino, pesquisa e extensão no pós-pandemia; orientações e estudos pertinentes ao enfrentamento da pandemia pelas universidades federais; e, finalmente, o plano global de investimento em infraestrutura física e tecnologia da informação nas universidades federais. Segundo a reitora, a UFOP e mais duas Ifes estão responsáveis por apresentar propostas relativas à biossegurança, sendo que, internamente, a Universidade contará com o apoio e a expertise do seu Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, que, durante a reunião, concordou em colaborar com os trabalhos.

O vice-reitor Hermínio Nalini Junior reiterou a gravidade do momento, lembrando que as discussões em nível nacional estão sendo intensificadas à medida que a crise se agrava. Segundo ele, também na Andifes, os reitores têm se mostrado preocupados com questões relacionadas ao mundo do trabalho, às condições sociais das populações menos favorecidas e ao trabalho remoto desenvolvidos pelos servidores públicos. Nalini Junior disse que a situação se agrava com o crescimento da crise política no país, que tem gerado instabilidade também no ambiente do serviço público, acrescentando que "muitos servidores têm manifestado preocupações quanto ao reconhecimento do trabalho remoto, hoje implantado em todas as Ifes".

COMITÊ – A representante do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, Carolina Ali Santos, também falou sobre o crescimento da Covid-19, especialmente na região de Ouro Preto, após a intensificação da aplicação de testes por empresas, especialmente as da mineração. Uma das preocupações, segundo ela, é que isso vem ocorrendo justamente quando as prefeituras começam a adotar a flexibilização das atividades comerciais.

Ali Santos informou que o Comitê de Enfretamento da UFOP tem contribuído com os gestores locais no sentido de tentar minimizar o problema, acrescentando, porém, que, "quanto mais eficiente for o isolamento, mais se joga o pico da doença para frente". Segundo ela, a contribuição tem ocorrido sobretudo na área de educação sanitária, com a intensificação das campanhas preparadas pela Coordenadoria de Comunicação da UFOP em algumas comunidades mais carentes da região.

Ela destacou que em Ouro Preto será possível ter uma visão mais geral do problema após o início do projeto de extensão que começa a entrar em operação com a participação de profissionais ligados ao Programa de Saúde da Família (PSF) e de estudantes da Instituição. Esse trabalho, esclareceu a médica, tem por finalidade organizar e alimentar um banco de dados com informações mais precisas, de forma a fornecer diagnósticos reais acerca da pandemia em Ouro Preto, e, consequentemente, contribuir para a definição de ações mais efetivas de combate à doença.

COLABORADORES – Questões relativas aos trabalhos presenciais na UFOP também foram discutidas pela comissão, especialmente aquelas relacionadas aos trabalhadores terceirizados. O presidente da Assufop, Sérgio Neves, buscou esclarecer dúvidas sobre um possível crescimento de atividades presenciais realizadas por trabalhadores terceirizados, considerando que a Instituição mantém boa parte dos servidores efetivos realizando suas tarefas remotamente. O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Eleonardo Lucas, esclareceu que algumas atividades presenciais estão sendo realizadas, principalmente em laboratórios de pesquisa e setores ligados a convênios, pagamentos e atendimento especial a servidores, o que, consequentemente, aumenta o campo de ação de contratados.

O pró-reitor adjunto da mesma unidade, Máximo Eleotério, esclareceu também que todas as ações estão sendo realizadas dentro de protocolos de segurança, acrescentando que a meta da gestão é preservar a saúde, garantir a segurança no trabalho e a manutenção dos empregos.

Na oportunidade, a prefeita do Campus, Sandra Nogueira, falou também sobre a necessidade da retomada de algumas atividades emergenciais nos campi da UFOP. Segundo ela, isso ocorrerá nos serviços de capina e manutenção predial. Para tanto, segundo ela, as atividades devem ser realizadas conforme parecer técnico de conduta sanitária do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, de forma a garantir segurança aos envolvidos no processo.

COTAS RACIAIS – Outro tema que veio à tona na reunião de ontem foi a questão das cotas raciais, após denúncias sobre possíveis fraudes nas universidades federais divulgadas nas redes sociais. A representante do DCE, Vitória Pinheiro de Almeida, se mostrou preocupada com a questão, questionando se a UFOP avalia casos retroativos à matrícula. Os representantes da Administração Central responderam que sim, caso o aluno ainda esteja matriculado, mesmo com a sistemática tendo mudado a partir de 2018, com o processo de avaliação ocorrendo no ato da matrícula.

O pró-reitor adjunto de Graduação, Adílson Santos, esclareceu as dúvidas dos estudantes, acrescentando que a sistemática adotada pela UFOP de heteroidentificação no ato da matrícula tem dado bons resultados. Segundo ele, nos processos referentes às denúncias, o percentual de autodeclarações invalidadas correspondia a 80%, enquanto que, pelo método atual, essa média cai para 20%. Ele lembrou, ainda, que a reitoria preparou nota esclarecendo a questão para toda a comunidade.

PLE – Santos aproveitou a oportunidade também para falar sobre a enquete que está sendo realizada entre discentes, assim como os debates com os docentes, sobre a possibilidade de a UFOP adotar, a partir de agosto, o chamado Período Letivo Especial (PLE), que poderá oferecer remotamente, de forma não obrigatória, até duas disciplinas por aluno. Segundo ele, esses dados serão fundamentais para que a proposta se constitua de forma efetiva, lembrando que a sua implantação, além de depender de fatores ligados à qualidade, à inserção digital e à capacitação docente, tendo como objetivo principal diminuir o fluxo de pessoas quando da retomada das atividades presenciais, vai depender de aprovação dos conselhos superiores. O tema tem sido amplamente discutido em praticamente todas as reuniões da comissão.

Também estiveram presentes na reunião, pelo DCE, Amanda de Paula Oliveira e Jussara Quintão; pela Assufop, Felipe da Fonseca Martins; pelo Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, Rondon Marques Rosa; e, pela Administração Central, o chefe de Gabinete Élido Bonomo.

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