Criado por Júlia Martins em sex, 08/03/2024 - 15:41 | Editado por Lígia Souza há 8 meses.
Pesquisadores da Universidade recrutaram voluntários para um estudo que avaliará obesidade e síndrome metabólica em crianças e adolescentes. O trabalho foi realizado nos dias 6 e 7 de março, durante uma ação da Prefeitura de Ouro Preto na Praça Tiradentes. Em conjunto com a equipe do Projeto Miguilim, foram recrutadas cerca de 126 crianças na faixa etária de 5 a 17 anos para a realização do estudo.
A síndrome metabólica compreende um conjunto de alterações metabólicas e hormonais que aumentam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. É caracterizada por um aumento da circunferência abdominal, hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina ou diabetes e por níveis anormais de colesterol e outras gorduras no sangue.
O professor da Escola de Farmácia Wendel Coura Vital, que coordena o estudo, explicou o motivo de alerta para essa síndrome em crianças: "O diagnóstico de síndrome metabólica no adulto é bem definido. Entretanto, na infância e na adolescência, é problemático, já que pressão arterial, perfil lipídico e valores antropométricos variam com a idade e o estádio puberal (estadiamento da maturação sexual)". Segundo o docente, vários estudos têm observado que podem ocorrer, na infância, alterações metabólicas que, se detectadas precocemente, podem prevenir vários distúrbios mais sérios no futuro, principalmente os cardiovasculares.
Ao considerar esses fatores e o aumento expressivo dos casos de obesidade infantil no Brasil, a equipe idealizou esse projeto, que tem o objetivo de estimar a prevalência da síndrome metabólica e/ou obesidade infantil no município, além de identificar biomarcadores imuno-metabólicos, genéticos e comportamentais preditivos do sobrepeso ou obesidade.
A partir da realização os exames laboratoriais, será dado um encaminhamento para os profissionais de saúde do município. Nos casos em que forem detectados algum risco de obesidade e/ou síndrome metabólica, as crianças serão acompanhadas anualmente pela equipe do projeto, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde.
Além do professor Wendel, a equipe responsável pela ação é formada pelos professores Alexandre Barbosa Reis e Vanessa de Almeida Belo (Escola de Farmácia), Camila Cangussu (Escola de Medicina), Adriana Meireles (Escola de Nutrição) e também pela pesquisadora da Fiocruz Andréa Teixeira de Carvalho, junto com doutorandos, mestrandos e alunos de iniciação científica da UFOP.