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Projeto de pesquisa da UFOP em João Monlevade busca otimizar a utilização de leitos em hospitais

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Daniel Tulher
Com: 
Letícia Lopes - Estagiária
"O leito é um dos recursos mais importantes que o hospital tem. Existe fila de espera por um leito para internação, então, [ele] tem que ser bem gerido e cuidado", afirma Gilda Assis, professora do Departamento de Computação e Ciências de Informação (DECSI) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Ela integra o grupo de pesquisa Gestão da Informação no Ciclo de Vida das Entidades, atuante no Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas (ICEA), campus de João Monlevade, composto por mais três professores da Universidade que estudam processos de gestão de indivíduos e entidades.
 
A pesquisa "Uma contribuição ao processo de gestão de leitos em um hospital de atuação regional" é uma das vertentes do projeto, no qual há outras pesquisas que buscam melhorar o gerenciamento nas várias áreas da vida de um indivíduo. Nesse estudo, especificamente, os pesquisadores buscam desenvolver um sistema gerenciador de dados que facilite e agilize a utilização dos leitos nos hospitais.
 
Para que um leito hospitalar seja devidamente utilizado, há várias etapas a serem cumpridas, como a liberação de um paciente, a desocupação do leito, sua higienização, forragem e, só depois, sua utilização por outro paciente. Esse processo, por mais que pareça simples, costuma demorar mais do que o previsto e muitas vezes prejudica outros enfermos. A pesquisa tem a finalidade de sanar esse problema, e para isso busca alternativas amparadas em métodos científicos. 
 
A primeira fase consiste na obtenção de informações técnicas: reconhecer os leitos, identificar o tempo médio utilizado por cada paciente, observar quais as manutenções necessárias e qual seu tempo de vida útil. Os dados adquiridos a partir da coleta são importantes para a melhor elaboração e gestão dos leitos. O professor do Departamento de Engenharia de Produção (DEENP) Sérgio Evangelista ressalta que as críticas a respeito da falta de infraestrutura dos hospitais e a escassez de leitos são comuns, mas que nem sempre esse é o problema. "Um bom planejamento e acompanhamento nos permite entender que é possível melhorar o uso dos recursos. Não é só investimento em camas e prédios, mas também em sistemas de informações precisos que acompanhem os acontecimentos da sociedade. Assim, é possível ajudar o gestor a melhorar o desempenho e atender mais pessoas", explica.
 
A segunda parte da pesquisa, ainda em desenvolvimento, é a aplicação dos conhecimentos da Indústria 4.0, que visa a uma descentralização do controle dos processos produtivos e à ampliação de dispositivos interconectados, aperfeiçoando as etapas de produção e logística. O aplicativo para gestão de leitos nos hospitais está sendo desenvolvido para que as decisões possam ser tomadas em tempo real, agilizando o processo de alocação e liberação de leitos. "O próprio aplicativo poderá emitir avisos quando um leito estiver ocioso durante muito tempo, ajudando a descentralizar a tomada de decisão", explica Gilda.
 
Para ela, além dos aprendizados e descobertas, estudar gestão é algo necessário. Ela acredita que a sociedade precisa começar a ter essa visão: "É preciso olhar para os dados gerados durante nossa vida, para os documentos que vão fazendo parte da nossa bagagem e que, se estudados, podem ser usados futuramente para tomada de boas decisões".
 
O aluno de sistemas de informação e integrante do projeto, Ricardo Mendez Gomes, considera que o estudo tem relevância acadêmica e social: "Também usufruo de atendimento médico e penso que quanto mais qualquer cidadão puder colaborar para melhorar o serviço prestado, diminuindo o tempo de espera por um atendimento, por exemplo, é de grande ajuda". Inspirado pelo projeto, ele continuará aprofundando a pesquisa em seu Trabalho de Conclusão de Curso, cujo tema é justamente o aplicativo para Gerenciamento dos Leitos do Hospital Margarida, em João Monlevade.
 
 
PROJETO - O grupo de pesquisa Gestão da Informação no Ciclo de Vida das Entidades teve início em abril de 2018, no DEENP do ICEA, em João Monlevade, por iniciativa do professor Sérgio Evangelista. Atualmente, também atuam nele o professor June Marques e as professoras Gilda Assis e Luciana Reis. Desde o princípio, os questionamentos gerados fizeram com que os alunos integrantes procurassem soluções para problemas cotidianos e iniciassem suas próprias pesquisas sobre o gerenciamento de dados e melhoria de gestão. Alguns desses alunos estão trabalhando e desenvolvendo aplicativos para melhorar a vida de indivíduos e servir a comunidade. Segundo o professor Sérgio, esse é o valor mais forte do grupo.

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