Criado por Patrícia Pereira em seg, 03/12/2018 - 14:46 | Editado por Patrícia Pereira há 5 anos.
A mesa intitulada "Divulgação Científica", apresentada na sexta (30), fez parte da programação do I Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UFOP, realizado nos dias 29 e 30. Dela participaram a professora do curso de Jornalismo da UFOP Débora Lopez, o professor da UFPI Roberto Luz e a jornalista da Fapemig Verônica Soares, trazendo discussões relacionadas à divulgação científica com base em produção audiovisual, ciência no Instagram e em ambientes digitais.
Débora Lopez, que também é Coordenadora de Comunicação Institucional da UFOP, abordou a importância do pitch e deu dicas de como estruturá-lo, na palestra "Divulgação científica e produção audiovisual: o diálogo com públicos diversos". O pitch é uma apresentação de curta duração, clara e objetiva, por meio de vídeo, sobre uma determinada pesquisa. O audiovisual é cada vez mais presente no cotidiano, dando a oportunidade e transferindo a responsabilidade aos próprios pesquisadores de apresentar a relevância de seu conteúdo de acordo com o interesse público, o que é fundamental para divulgar conhecimento e se relacionar com a comunidade. A ferramenta vídeo vem se mostrando cada vez mais potente, com um grande crescimento de consumo por parte dos internautas, aumentando o alcance das informações, com explicações mais claras e contextualizadas.
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A professora também abordou a importância da divulgação das pesquisas realizadas na UFOP e da integração às novas práticas de consumo de mídia. Segundo ela, além das divulgações tradicionais (entrevistas, reportagens, releases), é importante que o pesquisador invista no audiovisual e nas redes sociais.
A divulgação científica no Instagram a partir de um case que vem tendo sucesso junto aos pesquisadores foi o tema abordado pelo professor Roberto Luiz, do Departamento de Química da Universidade Federal do Piauí, na palestra "Ciência no Instagram? Por que não?". Ele destacou o poder das redes sociais para divulgar pesquisas e o desafio de ensinar ciência de modo que motive os jovens e também a sociedade. "Nós, da academia, como pesquisadores, temos dificuldades em explicar o que fazemos no laboratório. E como professores, temos dificuldade em explicar a ciência de maneira que desperte nas pessoas o querer aprender", comenta.
Segundo relatório da We Are Social, apresentado por Roberto, cerca de 62% dos brasileiros estão nas redes sociais. Sabendo da força dessa mídia social na sociedade, pesquisadores e jornalistas de sites científicos e acadêmicos estão mais empenhados em utilizá-la para divulgação científica. O professor apresentou como exemplo sua própria conta no Instagram (@deuquimica - um jeito divertido de aprender), onde ele possibilita a interação com a ciência por meio de fotos, vídeos e textos, atraindo 25,5 mil seguidores interessados pelo conteúdo.
Verônica Costa, gestora das mídias sociais e do blog Minas faz Ciência, trouxe para discussão "A divulgação científica em ambientes digitais". O blog gerido pela jornalista é um portal de publicações de jornalismo científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e, mais que produzir matérias sobre projetos de pesquisa das mais diversas áreas de ciência, tecnologia e inovação, possui o papel de interagir com o público.
A revista Minas faz Ciência foi criada há 19 anos e a partir de 2009 iniciou a produção de conteúdo para mídias digitais. No site há também a seção infantil, que tem o objetivo de apresentar as informações para crianças de uma maneira agradável, com a capacidade de alcançar públicos de diferentes faixas etárias, por meio de novas linguagens e estratégias de divulgação. A jornalista ainda falou sobre a circulação de conteúdo da revista, sobre diálogos com o público e suas opiniões e sobre ocupação de espaços online.
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Na UFOP, o Núcleo de Jornalismo Científico, previsto no Plano de Desenvolvimento Institucional (2016-2025), começou a ser gestado neste segundo semestre de 2018. Reportagens sobre pesquisas da UFOP nos três campi vêm sendo publicadas nas mídias institucionais e sociais como forma de tornar pública a produção científica da Universidade. Com uma equipe ainda reduzida e pouca estrutura, a expectativa é que nos próximos anos a divulgação científica ganhe novos rumos na Universidade.