Representada pela professora do Departamento de Ciências Biológicas do Iceb, Cintia Lopes de Brito Magalhães, a Universidade Federal de Ouro Preto integra um grupo de 14 instituições brasileiras que compõem o projeto INCT-POX, do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). O projeto estuda os poxvírus, família de vírus que infecta animais vertebrados e invertebrados.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq MCTI) escolheu o projeto INCT-POX, sediado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, por conta do objetivo do programa, que é articular e agregar os melhores grupos de pesquisa do Brasil em áreas de fronteira da ciência e em campos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país, em nível competitivo internacionalmente.
Dentre os vírus que integram os poxvírus, podemos destacar: o vírus da varíola, já erradicado do mundo; o monkeypox vírus, responsável pela epidemia da varíola dos macacos; e o vaccínia vírus, mais encontrado nas zonas rurais do país.
A respeito da contaminação do poxvírus entre os animais, a professora Cintia diz que a infecção ocorre principalmente pelo contato do vírus com os ferimentos superficiais dos animais. "Alguns poxvírus, incluindo varíola ovina, varíola suína, varíola aviária e mixoma vírus, são transmitidos pela picada de artrópodes", completa.
No que se refere à transmissão do vírus para os humanos, a professora explica que "a via mais comum de transmissão de poxvírus de animais infectados para pessoas é o contato direto com a erupção infecciosa, crostas ou fluidos de feridas, saliva ou fluidos corporais infectados, incluindo secreções respiratórias. Urina e fezes que contêm partículas virais infecciosas também podem ser uma fonte de infecção".
Para a pesquisadora, a escolha do projeto para integrar o INCT contribuirá para o avanço das pesquisas relacionadas aos poxvírus, através de estudos epidemiológicos, virológicos, imunopatológicos e clínicos em pacientes com mpox — sinônimo de varíola dos macacos (monkeypox) — e outras poxviroses. "A contribuição da UFOP nesse INCT-POX é expandir os conhecimentos das respostas celulares desencadeadas pela infecção, que podem contribuir para o desenvolvimento e agravamento da doença em humanos", acrescenta.
O projeto é coordenado pelas professoras Erna Geessien Kroon e Giliane de Souza Trindade, ambas do Laboratório de Vírus do Departamento de Microbiologia da UFMG, e conta com uma equipe de 25 docentes e mais de 180 colaboradores, docentes, bolsistas e técnicos.