Iniciado por pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), com a coordenação da professora Adriana Lúcia Meireles, do curso de Nutrição, o projeto surgiu para levantar o número de estudantes afetados por transtornos mentais e o que eles têm em comum. Chamado de PADu, o projeto tem como primeiro passo o mapeamento da ansiedade e depressão nos estudantes, feito por amostra. Na sequência serão propostas ações efetivas para tornar o ambiente universitário mais acolhedor e inclusivo.
O projeto é multicêntrico, sendo realizado por estudantes da área da saúde de seis universidades mineiras: UFOP, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM) e Universidade Federal de Lavras (Ufla).
Os estudantes participantes da pesquisa foram selecionados por sorteio para responder a um questionário digital que foi dividido em módulos: socioeconômico, hábitos de vida, condições de saúde, vivências acadêmicas, qualidade de vida, resiliência e sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Além de buscar a melhora de estudantes com transtornos mentais, a potência do projeto está em reconhecer as diferentes realidades dentro das instituições.
A primeira fase da pesquisa já foi finalizada e o estudo se expandiu para outras instituições: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Assim que finalizadas as coletas, os estudantes começarão a avaliar propostas para todas as Universidades participantes.
Na UFOP, o projeto acompanha os estudantes avaliados por quatro anos, iniciando no primeiro período e fazendo uma nova medição a cada dois anos. A mestranda em Saúde e Nutrição Waleria de Paula, responsável por esse estudo na UFOP, observa que, no final de 2019, 42,5% dos entrevistados apresentaram sintomas de ansiedade e 33,2% de depressão.
"Os resultados deste estudo têm implicações importantes para a comunidade acadêmica, pois mostram que já no início da vida universitária os estudantes são acometidos pelos sintomas dos transtornos de ansiedade e depressão, o que reforça a necessidade de se ter programas de saúde mental que sejam eficientes, amplos e acolhedores dentro da Universidade e ações institucionais de prevenção de evasão, pois os transtornos mentais podem aumentar essa possibilidade", reforça a pesquisadora.