A humanidade colocou em curso uma jornada simbólica de construção e reconstrução do mundo desde o início da pandemia do novo coronavírus. É como se uma porta se abrisse e, logo do outro lado, ainda nos primeiros passos, encontrássemos, de forma bem escancarada, a palavra INCERTEZA. Esse caminhar, no entanto, sempre esteve presente em nossas vidas, mas ganha novo peso diante da crise sanitária mundial ainda presente.
Cenários utópicos e distópicos se confundem, se alternam diante da nossa pouca habilidade de conviver e até de reconhecer as forças advindas desse emaranhado conjuntural, considerando que a maioria de nós ainda se alimenta de uma lógica sustentada na verdade e na não verdade, justamente por pouco sabermos caminhar em ambientes onde impera a dúvida.
A professora e o professor, que hoje comemoram o seu dia, estão nessa jornada, talvez com desafios ainda maiores, uma vez que, além de necessitarem compreender a realidade de forma sistêmica, conhecendo seus atores e conflitos, precisam constituir uma visão de futuro que almeje ultrapassar esse paradigma.
Isso porque, ao proporcionar uma troca de saberes com seus alunos, reconhecendo as dimensões de suas responsabilidades, eles precisam estar presentes também na abertura de caminhos que levem à diversidade de ideias, de projetos, entendendo esse atributo como essencial para a sobrevivência do nosso processo civilizatório.
Do ponto de vista administrativo, o nosso papel é buscar garantias para que o quadro docente da UFOP tenha sustentação sólida para continuar com suas atividades, especialmente em ambiente presencial. Desde a decisão do Conselho Universitário de suspender as atividades acadêmicas presenciais em função da pandemia, há quase dois anos, mantivemos a visão de futuro para um retorno integral, baseado fundamentalmente na segurança da nossa comunidade.
Reconhecemos o futuro como um espaço aberto a novas possibilidades e nunca perdemos a sua referência como condição de construção social. Por isso, não paramos um dia sequer as ações de planejamento, de debates com as instâncias colegiadas e as bases sindicais de nossa comunidade, cujos resultados se traduzem num amadurecimento de ações que vêm sendo construídas paulatinamente ao longo desse período.
Essa busca por segurança — embora em contexto de incertezas exacerbadas, que exige também um planejamento dinâmico, participativo — está tendo o apoio fundamental de nossas professoras e professores, que hoje comemoram o seu dia nesse caminhar desafiador. Uma data que deve ser ressaltada, sim, entendendo-se a dimensão crítica do seu significado, que abarca sentidos de resistência, de mediação e de transformação.
Assim, entendendo que a perseverança do presente nos fortalece para a construção de um futuro melhor, damos fortes vivas e parabéns às nossas professoras e professores.
Cláudia Marliére – Reitora
Hermínio Nalini Junior – Vice-reitor