
Criado por Adrielle Ferreira em qui, 17/04/2025 - 10:28 | Editado por Patrícia Pereira há 13 horas.
O reitor da Universidade Federal de Ouro Preto, Luciano Campos, participou na segunda (14) de um encontro com empresários, lideranças políticas e membros da sociedade ligados à Agenda de Convergência do Vale do Aço. O evento teve como foco o debate sobre estratégias para o desenvolvimento integrado da região.
Com a participação de outros representantes da Instituição, o reitor apresentou o projeto de implantação de um campus da UFOP na cidade de Ipatinga. A proposta está sendo viabilizada com a liberação de recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), lançado pelo Governo Federal em 2024, que prevê investimentos em universidades federais e hospitais universitários. Entre outros pontos, foram discutidos os desafios da construção do novo campus, a disponibilidade de recursos e a chegada de técnicos administrativos à nova unidade.
Para o gestor da Universidade, a Agenda de Convergência é um espaço primordial para possibilitar que a sociedade abrace o projeto. "Nós não queremos chegar a Ipatinga com um curso, nós queremos trazer a Universidade, e isso significa atuar de forma integrada, oferecendo vários cursos, vivências acadêmicas, ações de ensino, pesquisa e extensão, e manter a qualidade que nós ofertamos em Ouro Preto, Mariana e João Monlevade. E nada melhor do que começar conversando com aqueles que vivem e organizam o desenvolvimento da região nessa importante Agenda de Convergência", ressalta Luciano.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL - A superintendente regional de Ensino de Coronel Fabriciano, Edvânia de Lana Morais Andrade, avalia como um grande avanço a chegada de uma universidade pública à região. "É a concretização de um sonho de muitos anos", afirma. Para ela, a implantação da UFOP será também um marco fundamental para impulsionar as expectativas educacionais dos jovens, ao oferecer oportunidades concretas de formação profissional e acadêmica. "É importante destacar os impactos positivos que esse movimento trará para a economia local e para diversos outros setores, consolidando o desenvolvimento regional e ampliando as perspectivas para toda a população", complementa Edvânia.
Também presente na reunião, o pró-reitor de Planejamento e Administração da UFOP, Rodrigo Bianchi, salientou a importância de dialogar diretamente com as comunidades de Ipatinga e região, que serão, segundo ele, os maiores beneficiados da chegada da Universidade. "Essa relação já é antiga, uma vez que a história da cidade está entrelaçada com a própria trajetória da UFOP, mas encontros como este acabam permitindo um aprofundamento das nossas relações. Ao planejarmos juntos, nutrimos o sentimento de pertencimento entre nós", observou.
OPORTUNIDADES - Para o prefeito universitário da UFOP, Cláudio Lana, essa expansão traz uma grande janela de oportunidade, pois envolve diferentes segmentos da sociedade em uma frente de atuação comum que, além de concretizar o projeto do novo campus, possibilita a captação de investimentos para melhoria da infraestrutura física e de pessoal nos outros campi da UFOP.
Em uma perspectiva complementar, o pró-reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Heber Eustáquio de Paula, comenta que a chegada de uma universidade pública a essa região tem o "potencial de conectar territórios, antes não assistidos, com toda uma potência indutiva para a reflexão e ação sobre questões de desenvolvimento local e regional. Essa potência, caracterizada pela produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico, por meio dos processos de ensino, pesquisa e extensão, pode gerar encadeamentos e mudanças no território, transformações culturais e estruturais na economia produtiva da região", assinala.
"Estamos falando, também, da inclusão de pessoas que possivelmente estavam fora do processo da Educação Superior, assumindo o claro objetivo de mitigar as disparidades de acesso à universidade. E esse acesso — com a adequada administração das políticas de cotas, permitindo a entrada, a permanência e o sucesso acadêmico de estudantes oriundos de escolas públicas, de baixa renda, negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência — é um dos principais focos da nossa atenção, por acreditarmos no potencial transformador da Educação Superior Pública sobre as trajetórias individuais e sobre a vida em sociedade", completa o pró-reitor.