
Criado por Chico Daher em qua, 16/04/2025 - 12:19 | Editado por Chico Daher há 3 dias.
A sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA) expõe o contexto de tensão financeira das universidades federais, que na UFOP se evidencia diante de um corte de R$ 2,1 milhões no orçamento discricionário, aquele destinado para o pagamento de suas contas e investimentos. A diferença entre o que era previsto no projeto da LOA e o que foi sancionado, além de outros dados apresentados ontem (16) na reunião do Conselho Universitário, mostra uma estimativa de déficit dos recursos em relação ao orçamento de 2024, que já era insuficiente para manter os compromissos da Instituição.
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A verba inicial da UFOP em 2025 é de R$ 69,9 milhões, contra os R$ 70,7 milhões recebidos no ano passado, a serem aplicados em convênios, bolsas, restaurante universitário, contratos, entre outras despesas. O pró-reitor de Finanças, Thiago Augusto de Oliveira Silva, demonstrou que as despesas empenhadas neste ano já alcançaram o patamar de R$ 11,1 milhões, incluindo um déficit de R$ 3,2 milhões do ano passado que teve que ser liquidado com o orçamento de 2025, o que reduz a dotação atual para R$ 58,3 milhões.
Thiago explicou que, ao considerar a previsão de gastos com contratos e compromissos já assumidos, mantendo o mesmo nível de despesas do ano anterior, projeta-se um déficit potencial de R$ 6,4 milhões. Esse valor, segundo ele, pode aumentar substancialmente, caso a arrecadação de receitas próprias prevista não se efetive, além do impacto gerado pela apresentação de notas fiscais de serviços já realizados que não tiveram sua medição concluída. Todos esses fatores, de acordo com o pró-reitor, apontam para uma precariedade orçamentária ainda mais severa para este ano.
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CUSTEIO - A comparação com anos anteriores em valores atualizados explicita a dimensão do desafio. Em 2016, o total disponível era de R$ 100,3 milhões, contra R$ 74 milhões em 2024 e R$ 69 milhões em 2025, sinalizando um corte preocupante, que impacta diretamente em serviços essenciais. De acordo com o reitor Luciano Campos, "esses dados refletem a fragilidade financeira das instituições públicas, remetendo-nos a uma busca incansável por alternativas para não comprometermos a qualidade dos nossos compromissos com o ensino, a pesquisa e extensão".