O estudo é fruto de uma parceria entre a UFOP, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade de Johannesburg.
O COVID-Index foi criado para verificar a utilização/vulnerabilidade da estrutura hospitalar — UTIs, respiradores, leitos, médicos, enfermeiros — em relação ao número de casos e óbitos por coronavírus em mais de 500 microrregiões brasileiras. De acordo com Diogo, o estudo pode "auxiliar os formuladores de políticas públicas, tanto do governo federal quanto do estadual, a analisar a necessidade de maior investimento, realocação de recursos e, até mesmo, a prever um possível colapso do sistema de saúde regional".
O indicador varia entre 0 e 1 e mostra quando a estrutura está sob pressão ou próxima do limite. Quanto mais próximo de 1, pior é o desempenho da microrregião na utilização da estrutura hospitalar para o combate ao coronavírus.
- Indicador de 0,0 a 0,24 - situação "Adequada", com um número suficiente de recursos para o tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus;
- Indicador de 0,25 a 0,49 - situação "Satisfatória", com recursos adequados para lidar com a pandemia;
- Indicador de 0,50 a 0,74 - situação de "Atenção", precisa ser observada com maior cuidado pelas autoridades públicas, para conter o número de casos e mortes por coronavírus;
- Indicador de 0,75 a 1,0 - situação "Inadequada", apresenta a pior situação entre as regiões analisadas.
"Vale ressaltar que o índice COVID demonstra uma situação relativa, ao levar em consideração a pior situação entre as regiões analisadas", observa Diogo.
Dentre as 554 microrregiões analisadas em março de 2021, 140 microrregiões (25,27%) apresentaram situação "Inadequada", seguidas por 157 microrregiões (28,34%) que estavam em situação de "Atenção", 196 microrregiões (35,38%) em situação "Satisfatória", e apenas 61 microrregiões (11,01%) em situação "Adequada" para o combate à pandemia do coronavírus.
Em resumo, os resultados do COVID-Index mostram a piora na vulnerabilidade do sistema hospitalar brasileiro. "Isso ocorre, principalmente, devido ao aumento do número de casos e óbitos em um dos meses mais letais da pandemia. O indicador demonstra o alastramento da vulnerabilidade do sistema hospitalar em todo o território brasileiro, que conseguiu afetar regiões relativamente mais desenvolvidas do Brasil", analisa Diogo.