A convidada dos programas de Pós-Graduação em Educação e Letras, Nilma Lino Gomes, falou sobre a importância dos coletivos sociais no processo de inclusão da diversidade na universidade e os caminhos de redemocratização para uma educação emancipatória. A aula foi na terça (17), no auditório do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), e contou com a presença de alunos e docentes de vários cursos.
Nilma é professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se tornou a primeira mulher negra no Brasil a comandar uma universidade pública federal, quando assumiu o cargo de reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em 2013. Em 2015, foi nomeada pela então presidenta Dilma Rousseff para ocupar o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
A docente acredita que a presença da diversidade com negros, indígenas, mulheres, LGBTs, pessoas do campo, entre outros, se deu por meio de políticas sociais e afirmativas construídas ao longo da história recente do país e se fortaleceu com as tensões provocadas pelos diversos coletivos existentes.
Segundo ela, o grande desafio atual é lutar para que essas políticas não sejam derrotadas e retrocedidas. "Estamos desafiados não somente a lutar contra os retrocessos, mas a preservar e fazer avançar aquilo que já conquistamos, e nos redemocratizarmos mais. Uma universidade aberta à diversidade é aquela que se redemocratiza por dentro. E por isso ela pode ser uma educação emancipatória", argumenta Nilma.
Nilma ainda afirma que, para que igualdade e equidade aconteçam, são necessárias intervenções que articulem não somente os coletivos, mas sociedade civil, educação básica, universidade e Estado democrático de direito. Ela também falou sobre os ataques aos Direitos Humanos, sobre fundamentalismo religioso e finalizou sua fala pedindo aos estudantes que não se conformem com a onda de ódio e violência que o Brasil está vivendo.
O convite feito pelas coordenadoras dos Programas de Pós-Graduação em Educação e Letras, Regina Araújo e Soélis Mendes, se deu pelo fato de haver, segundo as docentes, extensa diversidade no ICHS. Além disso, o mestrado e o doutorado em Educação tem uma linha específica que discute a desigualdade, diversidade e diferença.
Regina Araújo, elogiou a escolha pela convidada. "A vinda da Nilma é significativa e é um reforço às diferentes pesquisas que estão acontecendo dentro do Programa de Pós-Graduação. A Nilma nos coloca com os pés no chão, nos coloca com o olhar fixo no movimento político que aconteceu e vem acontecendo. Ela nos inspira a resistir nesse momento", finaliza Regina.
Além das coordenadoras, a mesa também contou com a presença do diretor do ICHS, Luciano Campos da Silva, e da professora da Pós em Educação, Margareth Diniz.