Representação estudantil e Administração Central fazem reunião para debater desafios da Universidade

A Administração Central esteve reunida na última quinta-feira (17), no Centro de Artes e Convenções da UFOP, com representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Conselho de Entidades de Base para discutir temas como saúde mental, moradia estudantil, sistemas de bolsas e restaurante universitário. O encontro se deu a partir da solicitação dos próprios estudantes e teve como principal encaminhamento a criação de uma agenda continuada com os gestores para tratar as questões de forma mais sistematizada.

 

A reitora Cláudia Marliére abriu os trabalhos fazendo uma exposição dos desafios da UFOP em torno dos temas discutidos, colocando-se, em primeiro lugar, solidária à questão da saúde mental. Segundo ela, trata-se de um problema que precisa ser melhorado constantemente no âmbito da Universidade, "que nos afeta por ser social, mundial, sendo, portanto, uma questão que deve ser encarada e discutida por todos".

 

Ainda sobre esse tema específico, a reitora destacou que, mesmo com os programas em curso desenvolvidos pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitárias e Estudantis (Prace), "muita coisa ainda precisa ser feita", apesar de algumas limitações, como a impossibilidade de contratação de profissionais sem concurso para atuarem na área da saúde. Sobre isso, ela informou que a UFOP vai fazer concurso para repor uma vaga de psiquiatra e duas de médico clínico. No âmbito municipal, Cláudia informou também que a UFOP está recebendo um profissional para atuar no Centro de Saúde da UFOP, que funciona no campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto. Disse, ainda, que a Universidade tem feito articulações com a prefeitura municipal de Ouro Preto, a Santa Casa e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) no sentido de melhorar os fluxos de atendimento.

 

A UFOP, disse a reitora, tem a função de atuar na promoção do bem-estar, por meio do fomento de ações que possam melhorar a qualidade de vida de sua comunidade. Quanto aos casos que demandem um acompanhamento mais sistematizado e tratamento especializado, os trabalhos passam a ser conduzidos pelas Unidades Básicas de Saúde e pelo Caps.

 

RU - A representação estudantil pontuou que a questão da saúde mental precisa ser pensada tendo em vista as condições às quais está submetido o corpo discente no âmbito da alimentação, da moradia, das bolsas, entre outros fatores. Existe um entendimento de que o preço da refeição está acima da média nacional. Sobre esse tema, o pró-reitor de Planejamento e Administração, Eleonardo Lucas Pereira, informou que os recursos aplicados em assistência estudantil estão na ordem de R$ 14,6 milhões, dos quais R$ 10,9 milhões são oriundos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) com recomposição orçamentária, R$ 3,1 milhões de restos a pagar, tendo ainda um complemento da ordem de R$ 610 mil de outra ação orçamentária.

 

Segundo Eleonardo, com a perspectiva de se manter o atual quadro de distribuição desses recursos, a UFOP vem buscando um ponto de equilíbrio de forma a continuar destinando R$ 9,5 milhões para o pagamento da Bolsa Permanência e mais R$ 4,1 milhões para o auxílio alimentação e restaurantes universitários. Os R$ 913 mil restantes, acrescentou, são distribuídos para as Bolsas de Desenvolvimento Acadêmico, Auxílio Moradia, Bolsa Maternidade, Bolsa Transporte e Auxílio Energia Elétrica.

 

Na avaliação da reitora, qualquer alteração desse quadro para que haja um aumento dos subsídios à alimentação fornecida pelos RUs precisa ser amplamente debatida com todos os segmentos da Universidade. Segundo ela, a Administração Central está aberta para discutir a questão de forma ampliada, acrescentando que, por outro lado, continua buscando recursos de emendas de bancada e junto ao próprio Governo Federal para uma melhoria geral do quadro orçamentário da UFOP, considerando possibilidades de déficit para o próximo ano.

 

MORADIAS - A manutenção das moradias estudantis também entrou nos debates entre a Administração Superior e as representações estudantis como fator importante para a manutenção da saúde e bem-estar da comunidade universitária. A representação estudantil argumentou que as boas condições desses ambientes são fundamentais para que isso aconteça e por isso a necessidade de um melhor monitoramento das moradias. De acordo com os estudantes, o cronograma de manutenção prometido ano passado não foi cumprido na integralidade.

 

Em resposta, o prefeito do campus, Edmundo Dantas Gonçalves, explicou que isso aconteceu por razões de ordem técnica e orçamentária, mas que parte das soluções foi resolvida, como a conclusão da pintura dos apartamentos, em Ouro Preto. Ele acrescentou que o mesmo está sendo feito na Vila Universitária e informou que até setembro serão iniciadas as obras de manutenção do Conjunto I, em Mariana, e da iluminação do caminho que leva às moradias. No mesmo local, o cercamento tem processo de licitação previsto ainda para este ano. A reitora Cláudia Marliére informou que, para isso, estão sendo destinados R$ 580 mil oriundos de emendas de bancada.

 

ENCAMINHAMENTOS - Diante da diversidade de assuntos levantados no encontro, ficou decidido que novas reuniões serão realizadas, com discussões mais aprofundadas sobre cada tema. Assim, outra conversa foi agendada para esta terça-feira (22), a tarde, no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa), em Mariana, tendo como pauta principal o protocolo de saúde mental na UFOP.