O diálogo das reitoras e reitores com o governo federal teve início nesta quinta-feira (19), com a realização da reunião com o presidente Lula, o ministro da Educação, Camilo Santana, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
Após anos sem diálogo com o Ministério da Educação, a reunião marca a reabertura do canal entre universidades e governo. O presidente Lula destacou essa retomada após um período difícil para as instituições, com a desvalorização da ciência e da importância do trabalho desenvolvido por elas, principalmente durante a pandemia. "Estamos começando um novo momento. Eu sei do obscurantismo que vocês viveram nos últimos quatro anos e quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo".
Falando pelos reitores, o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, apontou a disposição das universidades de estarem a serviço do Brasil, mas que, para isso, é necessário que essas instituições tenham as condições necessárias para estar em pleno funcionamento. "Sejam meios orçamentários dignos e adequados, sejam meios pra exercer a nossa democracia interna e a nossa constitucionalmente instituída autonomia universitária. Sabemos que somos um patrimônio do povo brasileiro, e as universidades federais neste momento ficam extasiadas em serem recebidas e acolhidas por um novo governo que tem esse reconhecimento". Nos últimos anos, as universidades sofreram diversos bloqueios orçamentários e várias instituições não tiveram os reitores escolhidos pela comunidade acadêmica nomeados para ocupar a posição.
UFOP - A reitora da UFOP, Cláudia Marliére, disse que os reitores e reitoras saíram bastantes confiantes da reunião e destacou que o encontro foi importante. "Importante para que a gente possa trabalhar com mais tranquilidade no sentido da garantia de orçamento. Ele [o presidente] falou dos investimentos mas não falou como seria esse orçamento de recomposição de 2023, porque o que foi aprovado na LOA não é suficiente para manter as universidades, é praticamente só até junho, julho", relatou, acreditando numa mudança positiva do cenário.
Cláudia destacou que na reunião de representantes da Andifes com o ministro Camilo Santana, realizada nesta quarta (18), também houve discussão sobre a questão orçamentária das universidades e que as informações sobre as propostas do governo vão ser repassadas para as universidades.
Para a reitora, houve falas importantes, destacando a do presidente Lula quando de sua ênfase sobre a importância das universidades investirem na educação básica, por ser a base de toda essa formação até o nível superior. "O presidente disse que as universidades podem contar com ele, que ele é do diálogo e que a gente pode ir lá conversar com ele sempre que necessário. E que ele conta também com o apoio das universidades para melhorar o país, para recuperar o país", disse a reitora.